Estudantes ocupam Estadual Central contra reforma do ensino médio (Foto: Raquel Freitas/G1) |
A Secretaria de Estado de
Educação de Minas Gerais informou, nesta quarta-feira (26), que 66 escolas
estaduais estão ocupadas por estudantes. Nesta manhã, o número era 62.
Eles protestam contra a reforma do ensino médio e a proposta de
emenda constitucional (PEC) 241, que impõe um teto ao crescimento dos gastos
públicos.
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De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), oito delas ficam
em Belo Horizonte. As outras cidades que têm o ato são em Alfenas (1),
Almenara (1), Araçuaí (1), Araguari (2), Arinos (3), Campestre (1), Caxambu
(1), Coronel Fabriciano (1), Diamantina (2), Divinópolis (2), Esmeraldas (1),
Espinosa (2), Itajubá (1), Ituiutaba (1), Janúba (1), Montes Claros (2),
Paracatu (1), Poços de Caldas (3), Salinas (2), São Sebastião do Paraíso (1),
Três Corações (1), Uberlândia (21) e Unaí(2).
Uma das mais
tradicionais da capital, a Escola Estadual Milton Campos, conhecida como
Estadual Central, na Região Centro-Sul, foi uma das primeiras a ser ocupadas.
Desde o dia 6 de outubro, os alunos estão mobilizados no pátio do colégio.
As escolas
municipais não estão sendo ocupadas. Elas são dedicadas ao ensino fundamental.
UFMG
Estudantes da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fizeram paralisações nesta
segunda-feira também contra a PEC 241. De acordo com o Diretório Central dos
Estudantes UFMG (DCE-UFMG) e a assessoria de imprensa da UFMG, seis prédios
estavam ocupados na manhã desta quarta-feira.
São eles: dois
do Centro de Atividades Didáticas (CAD) - desde 21/10; da Faculdade de Educação
(FAE) - desde 21/10; do Instituto de Geociências (IGC) - desde 24/10; da
Faculdade de Arquitetura - desde 24/10; e do Instituto de Ciências Agrárias, em
Montes Claros, na Região Norte do estado - desde 25/10.
Em nota, a
universidade defendeu a manifestação, mas condenou a ação de um grupo de
estudantes que impediu a entrada de outros alunos e funcionários às
dependências de alguns prédios nesta segunda.
UFVJM
A Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) informou que o Campus JK,
em Diamantina, foi fechado na manhã desta terça-feira (25), quando um grupo de
estudantes da universidade ocupou e impediu a entrada de demais estudantes e
servidores entre docentes e técnicos administrativos, assim como de
funcionários terceirizados.
A Reitoria
disse que reconhece a manifestação dos estudantes em consonância com o
movimento nacional em defesa da universidade e da educação pública. Em nota, a
universidade informou que "desde o primeiro momento da ocupação promovida
pelos estudantes, no dia 13 de outubro, no Campus JK, em Diamantina, e no
Campus Janaúba, e no dia 21, no Campus Unaí, a Reitoria mantém um canal
permanente de diálogo com o movimento para que as ações ocorram de maneira
pacífica e organizada, não interferindo no direito constitucional de ir e vir
das pessoas e não prejudicando aqueles que mais precisam do atendimento da
universidade".
O comunicado
ainda diz que "diante de mais uma ação promovida pelos estudantes, a
Reitoria reforça a convicção de que a universidade é acima de tudo um espaço
democrático no qual deve prevalecer o convívio harmonioso respeitando as
diferentes opiniões, garantida a livre circulação de ideias e pessoas".
De acordo com o
reitor, professor Gilciano Saraiva Nogueira, a equipe gestora mostrou-se desde
o início da ocupação ser solidária ao movimento e em favor da universidade e da
educação pública, mantendo atenção à situação da UFVJM, especialmente no que
diz respeito à manutenção dos campi Unaí e Janaúba, bem como a dos cursos de
medicina.
UEMG
A Escola
Guignard, na Região Centro-Sul, de Belo Horizonte, começou a ser ocupada nesta
terça-feira (25). Segundo a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), as
aulas acontecem normalmente no local.
UFOP
A assessoria de
imprensa da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) informou, por meio de
nota, que não havia ocupação em nenhum dos campi e nem na Reitoria na manhã
desta quarta-feira.
Institutos
federais
Na Região Metropolitana
de Belo Horizonte não há ocupação nos institutos federais de educação.
A Reitoria do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) informa que os campi Almenara, Araçuaí, Arinos, Januária, Montes Claros, Pirapora e Salinas estão com as atividades de ensino interrompidas devido às ocupações promovidas pelo movimento estudantil que se encontra mobilizado em protesto contra as medidas impostas pelo Projeto de Emenda à Constituição (PEC) nº 241, Medida Provisória (MP) nº 746 (reforma do Ensino Médio), Projeto de Lei (PLS) nº 193 (escola sem partido). A nota foi divulgada na sexta-feira (21/10).
PEC 241
A Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou no dia 9 de agosto, por 33 votos
a favor e 18 contra, a admissibilidade da proposta de emenda constitucional (PEC)
encaminhada pelo governo e que institui um teto para os gastos públicos por até
20 anos.
A PEC 241 impõe
um teto ao crescimento dos gastos públicos, que impacta diretamente nos
recursos destinados à educação pública; a Medida Provisória 746, que reestrutura
o Ensino Médio no Brasil; o Projeto de Lei 257, que retira direitos dos
trabalhadores; o quadro orçamentário e financeiro de 2016 e a Lei Orçamentária
Anual (LOA) 2017.
Reforma do ensino
médio
As mudanças
afetam conteúdo e formato das aulas, e também a elaboração dos vestibulares e
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A primeira mudança importante
determinada pela medida provisória é que o conteúdo obrigatório será diminuído
para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências
da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Artes,
educação física, filosofia e sociologia, deixam de ser obrigatórias.
O segundo
destaque da reforma será o aumento da carga horária. Ela deve ser ampliada
progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de
800, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Com a medida, a
intenção do ministério é incentivar o ensino em tempo integral e, para isso,
prevê programa específico com R$ 1,5 bilhão para incentivar que escolas adotem
o ensino em tempo integral.
A previsão do
MEC é que turmas iniciadas em 2018 já possam utilizar as mudanças. Até lá, as
redes estaduais poderão fazer adaptações preliminares, já que o Ministério da
Educação condiciona a implementação de pontos da reforma à conclusão da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC).
Por Alex
Araújo, Do G1 MG
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